sexta-feira, 15 de julho de 2011

Foi o Evangelho Sempre Conhecido? - Parte 1

 
II. Foi o Evangelho Sempre Conhecido, ou é uma Nova Doutrina?

O Evangelho, por vezes, se refere à doutrina sobre a promessa da Graça  e do perdão dos pecados a ser concedido livremente, em virtude do sacrifício do Messias, que ainda não havia vindo em  carne; e, em seguida, mais uma vez, se refere à doutrina do Messias que já veio. No último sentido, não tem sido  sempre conhecida, mas começou a ser assim apresentada com o Novo Testamento. No primeiro sentido, no entanto, sempre foi conhecida na Igreja; pois logo após a Queda, o evangelho foi  revelado no Paraíso aos nossos primeiros pais - depois foi publicada pelos Patriarcas e Profetas, e afinal foi totalmente  cumprida, e revelada pelo próprio Cristo. As provas disso são as seguintes:

1. O  testemunho dos Apóstolos. Pedro diz: "A este deu  testemunho todos os profetas, que através do seu nome, todo aquele que crê n'Ele recebe remissão de pecados";  "Da qual salvação, os profetas inquiriram e
trataram diligentemente". [Atos 10: 43. 1Pe 1:10]
. Paulo diz do evangelho "que ele havia prometido pelos seus profetas." [Romanos 1:2]. O próprio Cristo diz: "Se em Moisés  crêsseis, creríeis em mim; porque ele escreveu de mim. [João 5: 46].

2. As  promessas e profecias que se relacionam com o Messias, estabelecem  esta mesma coisa.

Deve, portanto, ser cuidadosamente observado, pois Deus nos fará  sabermos que houve, e há desde o início até o fim do mundo, apenas uma doutrina, e caminho de salvação  através de Cristo, de acordo com o que é dito, "Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e para sempre."; "Eu  sou o Caminho, a Verdade e a Vida, ninguém vem ao Pai senão por mim"; "Moisés escreveu de mim." [Hb 13:8; João 14:6; 5: 46].


Se alguém perguntar, Como Moisés escreveu sobre Cristo? 

Nós  respondemos:
1. Ao enumerar as promessas que tinham relação com o Messias.
"Em tua semente todas as nações da terra serão abençoadas."; "Deus levantará um profeta...";" Uma estrela subirá de Jaco";"O cetro não arredará de Judá até que venha Siló." [Gên. 12:3; Dt 18: 15; Nm 24: 17; Gên.
49:10].
 
2. Ele restringiu essas promessas a uma determinada família de que o Messias havia de nascer: e para a qual a promessa foi posteriormente com mais frequência referida e falada.

3. Todo o  sacerdócio Levítico e o culto cerimonial, como sacrifícios, oblações, o altar, o templo, e outras coisas que Moisés descreveu, todas apontavam para a futura vinda de Cristo. Os reis e o reino da nação
Judaica foram tipos de Cristo, e do Seu reino. Assim Moisés escreveu muitas coisas sobre Cristo.

Objeção
1
. Paulo declara o Evangelho foi prometido através dos  profetas, e Pedro diz que os profetas profetizaram da graça que deveria vir até nós. Portanto, o evangelho não  poderia ter sempre existido, mas era algo futuro.
Porque esta objeção está errada - Resposta: Nós concordamos que o evangelho não tem simplesmente sempre existido, se entendemos por “evangelho” a doutrina da promessa da graça cumprida através da manifestação de Cristo na carne, e no que diz respeito a clareza e a evidência  dessa doutrina; pois, nos tempos antigos o evangelho não havia se cumprido, mas era somente prometido pelos profetas:

1. Como  relativo ao cumprimento daquelas coisas que, no Antigo Testamento,  foram preditos sobre o Messias.
2. No que diz respeito ao conhecimento mais claro da promessa da graça.
3. Em  relação à manifestação mais abundante dos dons do Espírito Santo.


Ou seja, o evangelho, então, nos tempos antigos, não era o  anúncio de que Cristo já veio, morreu, ressuscitou e está sentado à direita do Pai - como é agora;  mas o evangelho era uma pregação de Cristo, que ainda iria em algum momento futuro chegar, e realizar todas essas coisas. 
No entanto, havia um evangelho, isto é, havia um alegre anúncio dos benefícios do Messias que estava para vir,  suficiente para a salvação dos antepassados, como é  dito, "Abraão viu o meu dia, e regozijou-se."; "A este deu testemunho todos os profetas.";"Cristo é o cumprimento da lei". [João 8: 56; Atos 10: 43; Romanos 10: 4]

Páginas 1 2

O texto acima provém da exposição de Zacarias Ursinus sobre a questão 19 no seu "Commentary on the Heidelberg Catechism," pp. 101-106 ( G.W. Williard, Columbus OH, 1852; reprinted by P & R).

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