sexta-feira, 15 de julho de 2011

Em que o Evangelho difere da Lei?


III. Em que o Evangelho difere da Lei?


O evangelho e a lei concordam no seguinte: ambos são de Deus, e que há algo que é revelado em cada um a respeito da natureza, vontade, e as obras de Deus. Há, no entanto, uma diferença muito grande entre eles:

1. Nas revelações que eles contêm; ou, em respeito a maneira pela qual a revelação peculiar a cada um é feita conhecida. A lei estava gravada no coração do homem em sua criação, e por isso é conhecido de todos, naturalmente, embora nenhuma outra revelação fora dada. "Os gentios têm a obra da lei escrita em  seus corações." [Rm 2:15]

O Evangelho não é conhecido naturalmente, mas é divinamente revelado somente à Igreja por Cristo, o Mediador. Pois nenhuma criatura poderia ter visto ou esperado por esta  mitigação da lei concernente a propiciação pelos nossos pecados através de outro, se o Filho de Deus não houvesse revelado isso. "Ninguém conhece o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar." "Não foi carne e sangue revelaram que a ti."; "O Filho unigênito, que está no seio do Pai, este o fez conhecer" [Mateus 11:27; 16:17].


2. No tipo de doutrina, ou assunto peculiar a cada um. A lei nos ensina o que deveríamos ser, e o que Deus exige de nós, mas isso não nos dá a capacidade de realizar estas coisas, nem aponta o caminho pelo qual podemos evitar o que é proibido. Mas o Evangelho nos ensina de que maneira podemos ser feitos tais quais a lei exige: pois o evangelho oferece para nós a promessa da graça, por ter a justiça de Cristo imputada a nós através da fé, e isto de tal forma que é como se esta justiça fosse realmente a nossa, ensinando-nos que estamos justos diante de Deus, através da imputação da justiça de Cristo. A lei diz: "Paga o que me deves."; "Faça isso, e viverás." [Mateus 18: 28; Lucas 10:28]. 
O evangelho diz: "Apenas creia." [Marcos 5:36.]


3. Quanto as promeças. A lei promete vida para aqueles que são justos em si mesmos, ou sob a condição de
retidão e perfeita obediência.
"Aquele que os pratica, viverá por eles."; "Se queres entrar na vida, observa os mandamentos". [Levítico 18:5;Mateus 19:17]. O evangelho, por outro lado, as promete vida para aqueles que são justificados pela fé em Cristo, ou sob a condiçao da  justiça de Cristo, aplicados a nós pela fé. A lei e evangelho não são, entretanto, opostos  um ao outro neste aspecto: pois, embora a lei nos obrigue a guardar os mandamentos, se queremos entrar na vida, no entanto, ela não exclui-nos da recompensa da vida, se outro executar essas coisas em nosso lugar. A lei realmente apresenta uma forma de satisfação das exigências Divinas através de nós mesmos, mas a lei não impede a outra (a saber, pela fé somente, mediante a imputação da justiça de Cristo), como já foi demonstrado.


4. Eles diferem em seus efeitos. A lei, sem o evangelho, é a letra que mata, e é o ministério da morte "Porque pela lei vem o conhecimento do pecado"; "A  lei opera a ira, e a letra mata". [Rm 3:20; 2 Cor 3:6].
The  outward preaching, and simple knowledge of what ought to be done, is known through the letter: for it declares our duty, and that righteousness which God requires; and, whilst it neither gives us the ability to perform it, nor points out the way through which it may be attained, it finds fault with, and condemns our righteousness. But the gospel is the ministration of life, and of the Spirit, that is,  it has the operations of the Spirit united with it, and quickens those that are dead in sin, because it is through the gospel that the  Holy Spirit works faith and life in the elect. "The gospel is the power of God unto salvation," etc. (Rom. 1: 16.)

Objeção: There is no precept, or commandment belonging to the gospel, but to the law. The preaching of repentance is a precept. Therefore the preaching of repentance does not belong to the gospel. but to the  law. Answer: We deny the major, if it is taken generally; for this precept is peculiar to the gospel, which commands us to believe, to embrace the benefits of Christ, and to commence new obedience, or that righteousness which the law requires. If it be objected that the law also commands us to believe in God, we reply that it does this
only in general, by requiring us to give credit to all the divine  promises, precepts and denunciations, and that with a threatening of punishment, unless we do it. But the gospel commands us expressly and  particularly to embrace, by faith, the promise of grace; and also exhorts us by the Holy Spirit, and by the Word, to walk worthy of our heavenly calling. This however it does only in general, not  specifying any duty in particular, saying thou shalt do this, or that, but it leaves this to the law; as, on the contrary, it does not  say in general, believe all the promises of God, leaving this to the law; but it says in particular, Believe this promise; fly to Christ, and thy sins shall be forgiven thee.


O texto acima provém da exposição de Zacarias Ursinus sobre a questão 19 no seu "Commentary on the Heidelberg Catechism," pp. 101-106 ( G.W. Williard, Columbus OH, 1852; reprinted by P & R).

0 comentários:

Postar um comentário

 

Copyright © 2010 Igreja Puritana Reformada | Blogger Templates by Splashy Templates | Free PSD Design by Amuki